
“Maternidade em círculos”, de Belmiro de Almeida (1858-1935). Este famoso quadro, de 1908, composto integralmente por círculos e suas interseções, é como uma antevisão de diversas tendências estéticas que
se afirmariam nas artes plásticas do Brasil e do mundo pelo resto do século XX. Crédito: Coleção Particular.
O bondoso carrega no seu alforge o espírito de solidariedade humana. O sofrimento do semelhante não se limita, não se circunscreve a ele mesmo, senão também ao bondoso.
E é na benevolência que o bondoso busca o complemento mágico de suas virtudes. Mas benevolência não se exerce para com o que lhe é superior porque se igualará a um ato inapropriado de servilismo.
É, portanto, outro o mundo ionizado da benevolência orientadora da compreensão que ajuda pelo entendimento das deficiências alheias e pela capacidade de acudir em complemento ao que ao outro falta no exercício dos deveres incumbidos.
As cores fortes predominam na composição geométrica de Belmiro de Almeida revelando-nos, entre um triângulo e dois semi-cones, a representação de uma cena de maternidade, momento maior do benfazer feminino.
O dom total de dar a vida, o amor surpreendente transformado na própria raiz da nossa existência.