Castidade

“Gioventù”, de Eliseu Visconti (1866-1944). Este puríssimo nu adolescente, uma das obras mais célebres do artista, datado de 1898, com o bosque ao fundo e a quase onírica sequência de pombas — símbolo da pureza — revela um Visconti mais próximo ao simbolismo, mais aparentado a um Puvis de Chavannes do que ao impressionismo de
outras obras suas.Crédito: Museu Nacional de Belas Artes.

A Castidade é uma das 7 virtudes definidas pelo Cristianismo e cultivada desde tempos remotos por quase todas as religiões.

Significa pureza em relação ao sexo. São João Paulo II disse, na Exortação Apostólica Familiaris, que a castidade “é a energia espiritual que sabe defender o amor dos perigos do egoísmo e da agressividade e  sabe promovê-lo para maior realização”. 

É uma das regras para manter-se ao lado de Deus, segundo as religiões abraâmicas. E um dos caminhos para alcançar a libertação ou iluminação dos sofrimentos e decepções, de acordo com outros credos.

Nas artes, a Castidade sempre esteve presente nas diversas representações do Amor. Ela tem como virtudes auxiliares o pudor, a humildade, a mortificação, a laboriosidade, a caridade e a piedade.

A obra de Eliseu Visconti é considerada uma das mais altas expressões da arte brasileira. “Gioventú” mostra uma menina, que apresenta-se diante de nós, com sua delicadeza mágica. Os seios impúberes, o corpo magro e os ombros estreitos. Há algo de frágil e vulnerável na sua conformação. Ela é quase volátil e faz o tempo parecer “em suspensão”. Impressiona, também, ver as curvaturas da carne e a tez da pele clara, etérea, com esse matiz de cor luminoso.
Que mistério emana do olhar desta figura bidimensional, um óleo sobre tela medindo 65 x 40 cm? Não tem a força de nos levar para lugares profundos?
São as pinceladas de um mestre!
Eliseu Visconti nos mostra, com sua rigorosa precisão, esta menina nua, casta porém, cujos olhos nos fazem perguntas e parecem imunes ao tempo.

A arte é capaz de atrair a nossa atenção e admiração exercendo um verdadeiro fascínio sobre os homens, desde os primórdios da humanidade.

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Marta Fadel é colecionadora de arte e advogada atuante nas áreas de direito empresarial e tributária com especialização em Processo Civil, Civil e Empresarial.

É membro conselho da OAB/RJ, exerce os cargo de diretora Curadora do Instituto Cultural Sérgio Fadel, membro do Conselho deliberativo do MASP, Membro conselho do MAM/RJ, Amigos da Pinacoteca e conselheira do Prêmio Pipa de artes plásticas no ano de sua fundação.

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