
Fonte: “Figura feminina lendo ao ar livre”, de Carlos Oswald (1882-1971). Este óleo, de 1912, representa um momento fortemente impressionista na pintura do autor, embora a sua extraordinária obra no campo da gravura tenha deixado a sua obra pictórica num compreensível, ainda que nem sempre justo, segundo plano. Crédito: Coleção Particular.
A Paciência é uma virtude que consiste em manter a calma e o equilíbrio diante das dificuldades e em saber esperar, perseverar, para alcançar o objetivo.
O homem paciente tolera a adversidade e até as injustiças, em nome de um propósito, e sabe ouvir o outro, mesmo que este lhe diga o que não deseja.
É um das 7 virtudes cristãs, característica dos sábios e dos santos, que, segundo teólogos e filósofos, todos devemos imitar.
São muitos os exemplos de representação da Paciência nas artes, mesmo porque a grande arte é fruto de trabalho paciente e dedicado dos artistas.
A geometria intrincada de Sol LeWitt, os enredos bordados de Bispo do Rosário, as pinceladas dos afrescos da Capela Sistina, nada disso nasceu sem uma forte dose de dedicação e paciência. Outra forma de repensar o tema, também é pesquisar as obras em que a paciência invade a tela. Sim, é o caso desta mulher, placidamente sentada, com um livro nas mãos. Mais do que o rosto, a folhagem ao fundo, a posição do corpo, ou a manta colorida, a nossa relação com o tempo, parece ser o personagem que Carlos Oswaldo pretendeu pintar. O que ele nos conta sobre as complexas emoções humanas? Não são com as marcações do tempo (dias, horas e minutos) que nós medimos o tamanho do nosso isolamento atual?
A maior parte da arte que os humanos já criaram um para o outro teve uma coisa em comum: lidou de uma forma ou de outra, com tristeza, amor infeliz, pobreza, discriminação, ansiedade, humilhação sexual, rivalidade, arrependimento, vergonha, isolamento e saudade; estes têm sido os principais constituintes da arte ao longo dos tempos.
Na maioria das vezes, em discussões públicas, somos indiferentes à extensão de nossas dificuldades. O bate-papo tende a ser otimista ou superficial; estamos sob uma pressão impressionante para continuar sorrindo, a fim de não chocar, fornecer munição para os inimigos ou minar a energia dos vulneráveis.
Assim, acabamos não apenas tristes, mas tristes por estar tristes, sem muita confirmação pública da normalidade essencial de nossa melancolia. Ficamos perigosamente estoicos ou convencidos da desesperadora singularidade de nosso destino.
Toda essa arte pode corrigir, permanecendo como um registro das lágrimas da humanidade, dando legitimidade ao desespero e repetindo nossas misérias de volta para nós com dignidade, desprovidas de muitos de seus detalhes aleatórios ou triviais. “Um livro (embora o mesmo possa ser dito de qualquer forma de arte) deve ser o machado para o mar congelado dentro de nós”, propôs Kafka, em outras palavras, uma ferramenta que pode ajudar a nos libertar de nossa dormência e proporcionar catarse em áreas onde por muito tempo fomos corajosos de maneira errada.
A linda e nostálgica imagem da mulher sentada lendo um livro, pintada por Carlos Oswald, nos permite sentir certa tristeza, algo no ar que não conseguimos definir. O refinamento artístico do pintor nesta representação de certa forma nos relembra a paciência e a curiosidade que devemos ter para tolerarmos o aprisionamento que estamos vivendo.
A paciência é uma virtude que consiste em manter a calma mesmo em face da adversidade; e o equilíbrio, em nome de um propósito maior, ao mesmo tempo em que sabe ser contrariado momentaneamente.
São muitos os exemplos de representação da paciência nas artes, mesmo porque, a grande arte é o fruto de trabalho paciente e dedicado dos artistas. Saber esperar, perseverar, para alcançar o objetivo. O ser humano paciente tolera a adversidade e até as injustiças, em nome de um propósito.
Reflete, dá tempo ao tempo e saiba ouvir o outro, mesmo que este lhe diga o que não deseja. É uma das sete virtudes da fé, característica dos sábios e dos santos, que, segundo teólogos e filósofos, todos deveríamos tentar seguir. Com paciência, vamos vencer os males da Covid 19.
“A arte funciona como um amigo imaginário que pode transformar o mundo como um mágico, quando exerce seu ofício”.